Do último post pra cá, já fui caixa na FNAC, já passou Natal e Ano-Novo, e agora trabalho no escritório da Nívea no Porto, como recepcionista (!!!). Nevou no Porto, e eu vi, da janela do gabinete. Também começou a ofensiva militar irsraelita na Palestina, e é disso que eu quero falar.
Sei que na nossa vida pasamos o tempo ensimesmados, absortos com as preocupações pessoais e dos que nos rodeiam, a tentar viver e sobreviver às contas e ao que mais aparece. Mas não consigo deixar de pensar que enquanto se fala da crise financeira que na verdade já estava entre nós, e enquanto vemos golfinhos e ursinhos polares e bonecos de neve no noticiário da TV, um massacre está acontecendo, nem tão longe daqui, mas afastado do nosso olhar. Um massacre que se arrasta, com justificativas de segurança tão injustas quanto cruéis, impostas por uma situação histórica mal entendida e mal explicada em relação à posse de uma região, mas que serve lindamente aos propósitos estratégicos de guerra e dominação económica de um certo "mundo ocidental" (como se costuma chamar).
Não vou dizer mais fugindo ao risco de ser panfletária, mas posso dizer que alguma coisa tem mesmo que mudar, e nós não podemos ligar os aquecedores e as nossas televisões e ir dormir a dizer "é uma pena, mas o que se pode fazer...?". Somos todos palestinos.
Os Filhos...E os Meus Filhos
Os filhos nascem
E recebem-nos no berço
os nomes escolhidos
na árvore genealógica
dos respeitáveis antepassados
Recebem-nos os programas de poupança
a visão distante do furuto
e o aroma de canela fervida
no lume do desejo
Recebem-nos os aniversários
as festas
e os fatos novos
Os meus filhos nascem
recebem-nos as lágrimas do amor
o arrepio do medo
À porta da maternidade
esperam-nos
os olhos dos cães raivosos
esperam-nos
as matracas da polícias
esperam-nos
os programas de liquidação física
e da visão distante da morte
Os mus filhos nascem
e com eles nascem
as bombas de fósforo
com seus clarões espantosos
como os fogos de artifício
do carnaval
Os meus filhos nascem
com seus pequenos caixões
(poema de Samir Al-Qassim, poeta palestiniano)
1 comentário:
pois eu ctg não quero falar da guerra da palistina, estou ansiosa por voltar a tar ctg linda, as saudades ja são mesmo muitas. A serio!!!
Espero ver-te ai activa, e qd eu chegar, ja tenho tanta mas mesmo tanta coisa para te contar que nem me atrevo a começar por te contar as novidades por e-mail, ou mesmo por u m comentário, deixo so uma grande beijo para ti e para o jonas.
Ps: Lembro-me muitas vezes de vocÊs, por aqui há uma grande falta de talento:-)silvia
Enviar um comentário